segunda-feira, junho 05, 2006
A calma que me dás.
Desprendo-te o cabelo e tornas-te no meu amor.
Não te finto, não te pinto, nem os olhos.
Porque me desagrada.
O meu amor tem olhos limpos.
Não precisa de ornamentos.
Os olhos brilham-te, e não fingem.
Talvez como eu. "Actor?" Não. Não o sou.
Vivo nas coisas genuínas.
E por isso essas coisas são só uma vez.
E se são, estão cá. "Onde?"
Se tiver de responder rapidamente, não sei.
Não sou actor. Que eu soubesse, não.
Sou um fabricante de imagens.
Pois fica melhor na sentença.
E aí sim.
Actor sim.
Não no dramatizar da realidade.
Não no sonhar com coisas impossíveis
que são só sombra, só reflexos.
Actor sim, mas porque há movimento
na imaginação e toda a criatividade se movimenta nos sonhos.
E nos sonhos, repito, "nos sonhos", acredito que és o tal amor, aquele de olhos limpos.
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