segunda-feira, outubro 02, 2006

O Filme precisa-se de força - IV.


Silêncio. Pega novamente na guitarra.



Vejo olhos enfeitados de ternura. No escuro a noite é pura. (desviando o pensamento daquela recordação) Só mais um acorde… só mais um acorde e acabo esta letra… (exaltado) só mais um acorde, só mais um acorde, caralho… Cabrões de merda. Devem fartar-se de rir das coisas que digo. E o sacana do James sempre com a mesma conversa. (reproduzindo um discurso de James) A música até está gira mas como um todo não funciona pá! E depois não faz sentido. Não há mercado para isso pá. Não percebes que as pessoas gostam de coisa que entrem no ouvido, só isso. Não gostam muito de pensar, gostam de coisa fáceis, de fácil consumo. “No escuro a noite é pura”? Não percebo, pá! Tavas com a neura e saiu-te, não é. A malta jovem não quer saber disso para nada. Porque é que tu não escreves coisas do género, “chuva de Inverno” ou “Verão quente”. Vê lá isso pá. Olha que não posso andar sempre atrás de ti. E olha! Vê se escreves em inglês que eles gostam mais e sempre tens mais hipóteses no mercado internacional. Não é, pá! Eu depois falo de ti aquele pessoal. Olha que o gordo que manda naquilo gostou de ti. Tens trabalho amanhã? Se não tens avisa. Olha que este paga bem...

Voltando a si.


O sacana. Eu quero é que estes gajos se…(congela)


Cena 2

Entra James com um cigarro na boca e à procura do isqueiro. Procura nos bolsos de cima, depois nos bolsos das calças. Não o encontra. Tira o cigarro da boca e faz como que uma apresentação de Jim.